Você sabia que um dos cinco tipos de acidentes domésticos mais comuns são as quedas? Uma das medidas eficazes para evitar esse tipo de acidente é a instalação de guarda-corpo, principalmente em ambientes como escadas, sacadas e varandas.
NBR 9077, por exemplo, estabelece que toda saída de emergência deve ser protegida, nos dois lados, por guarda-corpos – quando não houver paredes – sempre que houver algum desnível acima de 19 cm.
Além disso, a ABNT NBR 9050, que trata da acessibilidade, impõe requisitos complementares para garantir que os guarda-corpos também atendam pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida.
Entretanto, a instalação inadequada pode resultar em acidentes graves e até mesmo fatais. Dentre os três principais erros na fixação de guarda-corpos são:
- Uso de materiais inadequados ou fora da norma;
- Falta de ancoragem correta e resistência aos esforços aplicados;
- Falta de ensaios para verificar resistência.
Nesse sentido, os relatórios de ensaios são essenciais para garantir que os materiais e fixações atendam às normas técnicas, reduzindo riscos e evitando problemas estruturais.
Tanto estes ensaios quanto própria utilização/instalação de guarda-corpo devem respeitar uma norma técnica da ABNT.
Do ano de 2019, a NBR 14718 especifica os requisitos e métodos de ensaio para guarda-corpo para edificação, externos ou internos, para uso privativo ou coletivo, com o objetivo de assegurar ao consumidor o recebimento dos produtos com condições mínimas de desempenho.
A norma estabelece uma classificação dos guarda-corpo, que possui diversas variáveis, tais como tipo de uso (residencial, comercial, coletivo), tráfego de pessoas, quantidade de pavimentos, altura, região do país (que deve seguir a NBR 10821). A partir destas particularidades que se define a carga de segurança recomendada.
Para além desta especificação, a NBR aponta outros cuidados que o guarda-corpo deve atender dependendo do material utilizado. Por exemplo, no guarda-corpo de vidro devem ser consultadas – e seguidas – pelo menos duas outras normas técnicas, referentes ao tipo de vidro e instalação do equipamento.
Altura e espaçamento mínimo dos vãos abertos e ancoragem são outros pontos abordados pela norma e que portanto devem ser respeitados.
A NBR 14718 determina métodos de ensaio para averiguar se o guarda-corpo está de fato cumprindo o que estipula a norma técnica. Segundo esta norma, os ensaios podem ser realizados em protótipos, em laboratório ou em outro local determinado pelo contratante, desde que seja adequado para os ensaios a serem realizados: esforço estático horizontal, esforço estático vertical e resistência a impactos.
Ao final destes diferentes ensaios, é elaborado e entregue ao contratante um relatório final que contempla 20 diferentes tipos de informações referentes ao objeto testado e os ensaios realizados.
Entretanto, apenar encomendar ou contratar ensaios devidos não é o suficiente. Uma falha as vezes cometida é a não utilização dos resultados ou ainda interpretação equivocada dos resultados obtidos nos ensaios.
Relatórios de ensaios são documentos técnicos que garantem a qualidade e segurança dos materiais utilizados na construção civil. Por essa razão, seja para fixação de guarda-corpo, resistência de materiais ou conformidade com normas, saber interpretar relatórios de ensaios é essencial.
Portanto, o guarda-corpo não deve ser tratado como mero item estético. Sua correta especificação e instalação são fundamentais para garantir segurança, conforto e conformidade legal. Ignorar os critérios técnicos pode comprometer a integridade do projeto e expor a construtora a riscos jurídicos e de reputação.